A Era da CARTUCHEIRAS nas Emissoras de rádio 🔘
Por Emerson José
Ah, os gloriosos cartuchos! Quem viveu a época de ouro do rádio FM certamente tem uma história engraçada (ou dez!) para contar sobre essas pequenas caixinhas de fitas. Eu, como bom estagiário da Cultura FM Santos, sob a batuta do inesquecível Altamir Rabelo, tenho várias guardadas na memória, e olha que saudade!
A gente chegava na rádio e lá estavam eles, enfileirados como pequenos soldados prontos para a batalha sonora. Cada um com sua etiqueta, prometendo segundos de pura magia musical, um jingle chiclete ou aquela vinheta inesquecível. E para um garoto como eu, era um universo a ser explorado, às vezes com consequências hilárias!
A gente aprontava cada uma... A mais clássica era a do cartucho "surpresa". Pegávamos aquele inocente cartucho de galo cantando que entrava invariavelmente na programação (vai saber por quê!), arrancávamos a etiqueta original com a maior dissimulação e colávamos outra, caprichada, com o nome de uma vinheta super importante ou até de um bloco musical esperado pelos ouvintes.
Imagina a cena: o locutor, concentradíssimo, anunciava com sua voz aveludada: "E agora, a sequência que vocês pediram!". Dava o play no "cartucho misterioso" e... COCORICÓÓÓÓÓ!!!
O estúdio inteiro caía na gargalhada, o Altamir dava aquele sorriso de canto de boca, meio bravo, meio divertido, e o locutor tentava disfarçar o ataque de riso enquanto a gente se escondia atrás da mesa de som, morrendo de rir.
E não era só o galo, não! Teve vez que trocamos a etiqueta de um comercial sério por um efeito sonoro de descarga, outra que colocamos um "ai!" bem no meio de uma música romântica... A criatividade (e a maldade juvenil) não tinha limites!
Claro que nem sempre escapávamos ilesos. O Altamir tinha um olhar que valia por mil broncas, e às vezes a gente pegava uns "puxões de orelha" que nos faziam prometer (em vão) nunca mais aprontar. Mas no fundo, acho que ele se divertia com a nossa energia e com essas pequenas travessuras que davam um tempero especial ao dia a dia da rádio.
Ah, os cartuchos... Eram tão analógicos, tão palpáveis, tão sujeitos às nossas brincadeiras. Hoje em dia, com tudo digitalizado, sinto falta dessa interação física, dessa possibilidade de "hackear" a programação com uma simples troca de etiquetas. Era uma época mais artesanal, mais humana e, com certeza, muito mais divertida (pelo menos para os estagiários!).
Que saudades daquela Cultura FM e do mestre Altamir!
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