Por Emerson José 📻
ANTENA CONSULTORIA
🎶 Programação sem curva é como filme sem roteiro
Um erro clássico que um programador musical jamais deve cometer é ignorar o ritmo emocional da audiência. Música não é só som — é construção de clima, e isso se faz com uma boa curva. A curva de programação nada mais é do que a maneira como você organiza as músicas para que a energia flua naturalmente, sem choques, sem quedas bruscas, sem exageros repentinos.
Imagine assistir a um filme que começa com ação frenética, pula para uma cena de choro do nada, depois vem uma dança e fecha com uma briga... confuso, né? É exatamente isso que acontece quando você toca Lady Gaga – “Stupid Love” logo depois de Sade – “Smooth Operator” sem nenhuma transição. Você quebra a experiência do ouvinte.
📼 Exemplo de programação confusa:
Começar com A-ha – “Hunting High and Low”, depois pular para Doja Cat – “Paint the Town Red” e emendar com Roxette – “It Must Have Been Love”. Essas faixas, sozinhas, são ótimas. Mas nessa ordem, sem coerência de ritmo e emoção, o ouvinte sente a desconexão e pode perder o interesse.
✅ Exemplo de curva bem construída:
Abra com Norah Jones – “Come Away With Me” (suave, acolhedora), suba para George Michael – “Faith” (ritmo envolvente), encaixe Tina Turner – “The Best” (ponto alto emocional e energético), e depois desça com Coldplay – “Everglow”. Aqui, há uma trajetória emocional e sonora.
📻 Programe como quem dirige um carro: nem só no freio, nem só no acelerador. Dos anos 80 ao pop de hoje, o segredo está em contar uma história com som. Quando há curva, há conexão. E rádio boa é aquela que o ouvinte nem percebe que está ouvindo — porque está sentindo.
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